Você está gerindo sua empresa de forma estratégica?

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Espero que após nossos dois últimos contatos você tenha passado a prestar atenção em dados importantes, caso ainda não o fizesse!

 

Lembra que falamos de indicadores importantes para uma gestão assertiva da sua empresa? No último contato trouxemos alguns indicadores intermediários, que foram: o Markup, as Liquidezes Imediata e Corrente, e os Prazos Médios, essenciais para se tornar mais competitivo no mercado quanto ao seu preço e a seus prazos!

 

Dessa vez falaremos de indicadores avançados, que podem trazer uma análise da saúde financeira da sua empresa e se você está gerenciando os seus recursos de maneira efetiva!

 

Básicos (11/04)

Intermediários (17/04)

Avançados (24/04)  

 

Mesmo empresas que têm sua operação lucrativa podem falir, caso não façam um gerenciamento adequado dos seus recursos! Por isso é necessário estar atento à saúde da sua empresa.

 

Sendo assim, falaremos de indicadores essenciais nessa análise: o Ciclo Financeiro e Ciclo Operacional; o Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro; e o EBITDA. Vamos entender o que cada um significa?

 

1- Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro

 

Lembra-se dos Prazos Médios da última conversa? Os Prazos Médios de pagamento, estocagem e recebimento? Então, são eles que vão influenciar no intervalo, em dias, dos Ciclos Financeiro e Operacional.

 

·         O Ciclo Operacional (CO) irá englobar todos os acontecimentos da organização. Tendo início com a compra da matéria-prima, passando pela produção, estocagem dos produtos acabados, vendas desses produtos e finaliza com o recebimento referente às vendas realizadas. Compreendendo, então, o período (em média) entre a compra de insumos para as operações e as entradas de caixa.

 

Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Recebimento

 

Uma boa gestão do estoque é essencial para garantir um CO mais curto. Uma empresa saudável busca que seu estoque seja baixo, para que haja o giro do estoque mais vezes ao ano. Um alto estoque, além de fazer com que não haja circulação de dinheiro, gera altas despesas para a empresa, com aluguel para armazenagem, contas, funcionários para organização, etc..

 

Sendo assim, um CO baixo indica que a empresa tem maior giro de estoque, e tem uma boa negociação do prazo médio de recebimento com seus clientes. Garantindo que seus clientes paguem com menor prazo, de forma que o dinheiro retorne para a empresa mais rápido.

·         O Ciclo Financeiro (CF) também pode ser chamado de ciclo de caixa, ele é o período compreendido entre o pagamento do seu fornecedor, até o recebimento do seu cliente, referente à venda do produto ou serviço.

Você já se deparou com a situação de precisar atrasar as contas a pagar com seus fornecedores, porque seu caixa estava comprometido? Já precisou usar o cartão de crédito pois não tinha saldo em caixa? Isso pode ter acontecido porque você não está gerenciando seus prazos e ciclos. E esse é o maior motivo das empresas quebrarem, não conseguem financiar sua operação.

 

Quanto maior for o CF da sua empresa, pior para a saúde do seu negócio. Isso indica que você não consegue negociar bons prazos com seus fornecedores (prazos baixos de pagamento), e com seus clientes (altos prazos de recebimento), e não tem um bom prazo médio de estocagem (mais alto). Com um CF alto, maior a demora para a volta do dinheiro para sua empresa.

 

Quando o CF é negativo, significa que o PMP é maior que a soma do PME com o PMR, ou seja você tem mais prazo para pagar os seus fornecedores do que o intervalo até receber de seus clientes, situação excelente em que os clientes estão financiando a sua operação, logo você não precisa de capital para fazer a operação acontecer.

 

 

Ciclo Financeiro = Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Recebimento – Prazo Médio de Pagamento  

 

 

Um bom controle dos ciclos Operacional e Financeiro garante que a empresa esteja sempre otimizando sua operação e ciclo financeiro. O ajuste deles faz com que essa empresa tenha um bom gerenciamento do Capital de Giro, que vamos ver a seguir.

 

2- Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro

 

·         A Necessidade de Capital de Giro são os recursos mínimos (ativo operacional) que a empresa necessita para garantir que sua operação (compra, produção e venda de produtos ou serviços) se mantenha funcionando.

 

Ela é diretamente influenciada pelo Ciclo Financeiro, quanto maior o CF, mais essa empresa terá necessidade de recursos para financiar a sua operação no intervalo entre pagar os seus fornecedores e receber de seus clientes, sendo assim, maior será a Necessidade de Capital de Giro.

As variáveis que influenciam no seu cálculo são:

 

·         Ativo Circulante Operacional: são os direitos da empresa vindos da operação (clientes, estoque, adiantamentos a fornecedores, ICMS a recuperar, etc.)

·         Passivo Circulante Operacional: são as obrigações da empresa relacionados à operação (salários a pagar, pagamento de fornecedores, ICMS a recolher, etc.)

 

Necessidade de Capital de Giro = Ativo Circulante Operacional – Passivo Circulante Operacional

 

A Necessidade de Capital de Giro positiva indica que a empresa necessita de Capital de Giro para financiar a operação. Já seu resultado negativo diz que o seu passivo operacional está financiando a operação, por exemplo, os fornecedores podem fazer esse papel quando o PMP é maior que a soma do PME com o PMR. Uma análise mais profunda é feita comparando com o Capital de Giro disponível e o Saldo de Tesouraria dessa empresa.

 

·         O Capital de Giro é o que a empresa tem disponível para investir na continuidade do funcionamento da sua empresa. São os recursos para manter estoques, para pagamento aos fornecedores, pagamento de impostos, salários e demais custos e despesas operacionais. Quanto maior for o capital de giro, significa que mais fontes de recursos estão disponíveis para a empresa financiar sua operação.

 

As variáveis necessárias para o cálculo do Capital de Giro são:

·         Passivo Não Circulante: contas a pagar no longo prazo

·         Patrimônio Líquido: valor contábil pertencente aos acionistas ou quotistas

·         Lucro Líquido: é o rendimento da empresa, após o pagamento dos custos e despesas

·         Ativo Não Circulante: bens e direitos de uma empresa que não podem ser convertidos em capital no curto prazo

 

Capital de Giro = (Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido) + Lucro Líquido – Ativo Não Circulante

 

Quanto maior o Capital de Giro mais fontes de recursos estão disponíveis para a empresa financiar sua operação. No entanto, o Capital de Giro pode ser negativo. Nesse caso as aplicações permanentes são maiores do que as fontes permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo não circulante com fundos de curto prazo.

 

A Necessidade de Capital de Giro e o Capital de giro vão definir o Saldo de Tesouraria da empresa. O saldo de tesouraria tem um comportamento definido pelo resultado do confronto entre o Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro.

 

Saldo de Tesouraria = Capital de Giro – Necessidade de Capital de Giro

Caso o Saldo de Tesouraria seja positivo, deduz-se que a organização possui folga financeira. O Saldo de Tesouraria será negativo quando o Capital de Giro for insuficiente para financiar a Necessidade de Capital de Giro, sendo necessário que a empresa lance mão de empréstimos, investimentos, etc. para financiar o restante da operação.

O controle desses três indicadores é importantíssimo para a empresa, pois representam um retrato dela em dado momento e ajudam a entender o resultado de estratégias tomadas. Podem indicar, por exemplo, uma situação de Insolvência Financeira que a empresa pode estar passando, num momento em que o Capital de Giro está negativo e a Necessidade de Capital de Giro positiva. Isso pode acontecer caso a empresa aproveite uma oportunidade de fazer uma compra elevada com seus fornecedores, por um preço reduzido, e acaba gerando um estoque muito elevado, mais do que o necessário e sem estudo prévio de suas vendas. Tal compra vai acarretar um estoque muito alto e com baixo giro durante o ano. Os prazos médios de pagamento e recebimento se mantêm, e ela acaba tendo um Ciclo Financeiro muito elevado, fazendo com que o seu Capital de Giro não acompanhe o aumento da Necessidade de Capital de Giro, se tornando insuficiente para o financiamento da operação.

 

3- EBITDA

O EBITDA é um indicador financeiro que significa lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Ele é importante pois é capaz de analisar o desempenho da organização sem influências externas, pois indica quanto a empresa gera de lucro (ou prejuízo) apenas em suas atividades operacionais, sem considerar os efeitos financeiros e de pagamento de tributos.

Esse indicador auxilia a descobrir o potencial de geração de lucro e determinar a evolução da produtividade e da eficiência ao longo do tempo. Sendo assim, ele irá mensurar a saúde financeira da empresa, levando em conta o que a empresa consegue gerar de receita, sem levar os efeitos citados anteriormente. A utilização do EBITDA ganha importância, porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou prejuízo) muitas vezes tem sido insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período.

 

Ele é calculado da seguinte forma:

 

EBITDA = Lucro Líquido – Impostos – Despesas Financeiras – Receitas Financeiras – Depreciação – Amortização

 

Caso o EBITDA seja negativo a empresa não está conseguindo gerar recursos através das suas atividades operacionais, então tecnicamente não é viável essa empresa continuar colocando dinheiro no negócio, pois ela não terá retorno. Um EBITDA positivo significa que a empresa consegue fazer com que as atividades operacionais gerem recursos futuros.

 

O EBITDA pode ser utilizado     como uma forma de mostrar para investidores que a eficiência ou a produtividade da sua empresa vem crescendo de um ano para o outro, analisando a variação de um ano para o outro, sendo um dos indicadores mais importantes na análise de créditos das empresas. A eficiência também pode ser utilizada para fazer uma comparação entre empresas do mesmo ramo no mercado.

 

Por isso é importante que o empresário esteja atento à esse indicador, com o intuito de garantir uma boa representatividade da sua empresa no mercado. Também para analisar se o investimento em seu negócio está gerando retorno.

 

Conclusão:

 

Acabamos de ver uma série de indicadores essenciais para a tomada de decisões em sua empresa. Significa que a partir de agora você irá gerir sua empresa de forma eficiente, certo?

 

Uma boa análise e gestão através dos indicadores que acabamos de ver vão ajudar que a sua empresa se mantenha saudável e longe de doenças que podem a levar à falência!

 

Tem alguma dificuldade em analisá-los sozinho?

 

Essa mesma contabilidade que te escreve está preparada para guiar na gestão desses indicadores e da sua empresa!

 

Não deixe de nos usar como auxílio na tomada de decisões estratégicas.

 

Esteja atento a cada movimentação de sua empresa e tenha a seu lado os melhores profissionais!

 

Por Nahima: Especialista em Sucesso do Cliente da Nucont.